11.05.2009

.não.

Não tirem o pouco que me resta de paciência e tranquilidade; já basta uma vida inteira indignada com coisas mais importantes como todas as injustiças que assisto no mundo, presa a minha forma dependente do capitalismo! Sim, eu trabalho, como, visto, uso, desuso num mundo capitalista...

Não encostem em mim sem que eu deixe; nem entrem na minha vida para bagunçá-la!

Não cativem nada que não possam retribuir, sempre existe alguém que precise mais; por favor, deixe que eu seja preservada para quem realmente precisa e saiba disso.

Não falem o que não podem sustentar, não digam o que não pensam; mas, acima de tudo, pelo menos pensem!

Não me queiram como mais uma pessoa; quando me cativam, dou e faço o que posso pelos outros, mesmo para aqueles que nem conheço!

(E quem é que conhece os outros, senão os outros?)

Não tentem tirar-me de mim mesma, sou fiel a tudo o que sou, ao que sinto, ao que penso e ao que quero, e nada nem ninguém vai me roubar.
 
Não escolham nada, absolutamente nada, por mim. Eu faço as minhas escolhas!
 
Não queiram me doutrinar, me dominar... Já disse isso uma vez, mas vou repetir: assistam ao Corcel Negro, por que só o menino conseguia se aproximar do cavalo? Porque o deixava livre!
 
Não pensem que estão me enganando, só acredito no que quero. A ciência é feita, acima de tudo, da observação do mundo. Ninguém passa tanto tempo estudando, "ciençando", para perder a noção da realidade. Facilmente percebo quem engana quem. E não sou eu quem engana nem a mim, nem aos outros. Deixo que façam isso por si próprios.
 
Não acreditem que preciso vitalmente de tudo o que pode parecer essencial para mim. Não sabem o que me faz viva. Guardo sentimentos-sensações-cheiros-imagens; todos lugar-comum, que revivo quando preciso me livrar dos fardos. Sou como uma elefante, sei exatamente de onde vim e para onde devo voltar quando preciso morrer.
 
E já morri algumas vezes, e tenho algo de Fênix na minha essência.
 
Não me mandem embora, eu escolho a hora. Quem pensar em fazê-lo, vai querer nunca ter pensado nisso... Por que não sou apenas mais uma pessoa, lembram?
 
De mim, posso dizer que não espero nada de ninguém. Sei de onde vim, e para onde vou. Sei o que devo fazer, porque fazer, para quem fazer e quando fazer. E o tempo é agora, enquanto estou aqui, e sempre quero fazer melhor do que já foi feito. Não por competitividade, megalomania, narcizismo; não me venham com rótulos psico-sociais... Apenas porque a única pessoa que pode fazer algo por mim sou eu mesma, e as minhas interações não serão, jamais, iguais ao que não sou. Eu me exijo, não os outros, nem aos outros...
 
Não tentem me interpretar, porque sou obviamente simples, transparente, verdadeira; doce, violentamente doce!
 
E estou aqui só para dizer que tudo é uma pena, tá na hora de ir embora. Não vou bater a porta, alguém vai batê-la depois que eu for, vai abri-la e batê-la quando se tocar que eu escolhi a hora de ir, e que fui embora. Porque se furtou o trabalho de entender minha ternura.
 
Mas isso fortalece meu coração e comprova que eu estava certa sobre o prazo de validade... Eles existem, não são meras marcações nos lacres de potes de iogurte.

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